Chorinho pode se tornar patrimônio imaterial de Goiânia
Realizado há 18 anos pela Secretaria Municipal de Cultura, o projeto do Chorinho deve se tornar patrimônio imaterial de Goiânia. A proposta foi apresentada na Câmara, nesta quinta-feira (18), pela vereadora Aava Santiago (PSDB). “O título é uma forma de garantir respaldo do poder público e da sociedade para fortalecer as condições de realização das apresentações em Goiânia e de manutenção dessa tradição musical herdada de famílias que vieram de outros estados e ocuparam a região central do Brasil. O projeto tornou-se referência e motivo de orgulho na preservação da música popular brasileira”, disse a parlamentar.
Outra matéria, apresentada simultaneamente por Aava, inclui no Calendário de Eventos da capital o Dia Municipal do Choro, a ser comemorado anualmente em 23 de abril, aniversário do compositor, arranjador, instrumentista e compositor Pixinguinha, um dos mais expressivos representantes desse estilo musical. As duas matérias seguem para a Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para dois turnos de votação em plenário.
As apresentações do Chorinho eram realizadas na Avenida Goiás, em frente ao prédio do Grande Hotel. Com a retomada das atividades artísticas em função da redução de casos e mortes por Covid-19, a nova temporada prevê edições em diferentes regiões da cidade. A primeira foi realizada na Praça do Trabalhador, em frente à antiga Estação Ferroviária, no último dia 12. Nesta sexta-feira (19), a apresentação será no mesmo local, com um tributo ao cantor, compositor e sambista João Nogueira.
A iniciativa de Aava busca valorizar o papel social do Chorinho. “As apresentações são gratuitas, de alta qualidade, em espaços de fácil acesso ao transporte público. Tudo isso comprova o compromisso do projeto com a democratização do acesso à arte e à cultura”, concluiu a vereadora.
Aava e o chorinho – O chorinho faz parte da formação acadêmica e social de Aava Santiago, que aponta o estilo rico estética e musicalmente sem, com isso, se tornar elitista. Entre 2010 e 2011, ela colaborou como pesquisadora no projeto "O Choro no Planalto Central", que resultou em um livro de registros históricos e musicais a partir da escuta de “chorões” que vieram para Brasília com a transferência da capital. A pesquisa foi coordenada pelo professor doutor Sebastião Rios Corrêa Júnior e publicada pela Universidade de Brasília. A obra registra manifestações do chorinho no período compreendido entre a construção da capital do país e a década de 1970. Em parceria com a também socióloga Milka Rezende, Aava escreveu o capítulo “Dinaldo Domingues”, que traz relatos de um dos pioneiros do chorinho no Planalto Central.
*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora