CEI da Limpa Gyn ouve gerente de operações do aterro sanitário
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga possíveis irregularidades na execução do contrato entre a Prefeitura de Goiânia e o Consórcio Limpa Gyn ouviu, na tarde desta terça-feira (25), a gerente executiva de operações do aterro sanitário, Gabriela Maria Pereira Barbosa.
A gerente foi convidada após visita dos membros da comissão ao aterro sanitário, em setembro, quando os vereadores verificaram protocolos de recepção e de pesagem dos caminhões que descartam resíduos no local.
Durante a reunião da CEI, os parlamentares pediram o detalhamento desse processo, uma vez que “foi constatado que a balança deixa a desejar; que a tecnologia empregada é precária; que não há câmeras monitorando; e que não há sistema auditável”, como afirmou o presidente da comissão, vereador Welton Lemos (Solidariedade).
Os membros da CEI também pediram esclarecimentos sobre o controle dos tipos de resíduos recebidos – denúncias apontam que caminhões da Limpa Gyn estariam descarregando terra limpa no aterro, o que elevaria os tickets de pesagem emitidos. O consórcio recebe da Prefeitura o valor de R$ 171,62 por tonelada de lixo descartado.
“Quando o caminhão sobe na balança, um fiscal verifica se o resíduo é particular ou de origem da municipalidade. No segundo caso, como [ocorre com] os caminhões da Limpa Gyn, é conferido o tipo de resíduo; o veículo é pesado; os dados são lançados no sistema; e o material é liberado para descarte”, explicou Gabriela.
Segundo ela, há dupla verificação do tipo de resíduo, realizada por fiscais de balança e de pátio. “Se passou pela primeira fiscalização, chegou na área de descarte e descarregou material incompatível com o que recebemos no aterro, o material é carregado novamente no caminhão; o lançamento no sistema é cancelado; e a empresa que mandou o material errado é notificada.”
Perguntada por Cabo Sena (PRD) se essa situação já ocorreu com caminhões da Limpa Gyn, a gerente respondeu que não. “Não foi passado para mim nenhum relato de resíduo incompatível recebido pelo Consórcio Limpa Gyn”, disse. Quanto à denúncia de caminhões do consórcio com terra limpa, Gabriela afirmou desconhecer o fato.
O vereador Willian Veloso (PL) questionou sobre o aprimoramento do processo para evitar descartes irregulares. A depoente não soube informar sobre eventuais melhorias realizadas no momento, mas garantiu que as sugestões apresentadas pelos membros da CEI durante a visita técnica, como uso de software de gestão mais moderno e videomonitoramento de todo o processo, estão sendo avaliadas, de acordo com a possibilidade de realocação de recursos para implementação das medidas.
Aava Santiago (PSDB) apontou que, durante a visita ao aterro sanitário, não foram identificados fiscais para conferência do tipo de resíduo transportado pelos caminhões. Segundo Gabriela Barbosa, os balanceiros também podem fiscalizar. Contudo, na ocasião, os responsáveis pela balança relataram aos vereadores ser inviável deixar a sala de controle para verificar o tipo de resíduo a cada vez que um caminhão sobe na balança. “Se em um dia de visita oficial marcada, nós não vimos fiscais, como a senhora me garante que todo caminhão é fiscalizado corretamente?”, questionou a vereadora. A gerente respondeu que ao menos um fiscal de porta deveria trabalhar, mas não soube explicar o motivo da ausência no dia da visita.













