Você está aqui: Página Inicial / Sala de Imprensa / Agência Câmara Goiânia / Agência Câmara Goiânia: notícias / Setembro Amarelo: Audiência Pública discute prevenção em saúde mental

Setembro Amarelo: Audiência Pública discute prevenção em saúde mental

por Patrícia Drummond publicado 05/09/2022 22h30, última modificação 06/09/2022 15h23
Evento foi realizado na tarde desta segunda-feira (5), por iniciativa do vereador Willian Veloso (PL)

A Câmara Municipal de Goiânia promoveu, na tarde desta segunda-feira (5), no Auditório Carlos Eurico, Audiência Pública que tratou do tema Setembro Amarelo – A Prevenção em Saúde Mental. Proposto pelo vereador Willian Veloso (PL), o evento teve como convidados o psicólogo Jorge Antônio Monteiro de Lima, presidente do Instituto Olhos da Alma Sã, e o médico Rui Gilberto Ferreira, professor e coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Trata-se de uma campanha nacional de prevenção ao suicídio, realizada desde 2015. Setembro foi o mês escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 é reconhecido como Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Durante os 30 dias de setembro, com a campanha em curso, é comum iluminar locais públicos com a cor amarela. A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema, com o objetivo de alertar a população sobre a importância dessa discussão. Da Audiência Pública realizada na Câmara, nesta segunda-feira, também participaram Heliziane Figueiredo, gerente de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO); Marco Aurélio Mendonça, psicólogo, coordenador do Núcleo de Atenção Psicossocial da Gerência de Qualidade de Vida Ocupacional da Secretaria de Estado de Administração (Sead); e Edilson Lucena Menezes, também psicólogo, que representou a Clínica Social Jung Brasil. Ainda esteve presente Manoel Messias de Jesus, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), uma das mais antigas organizações não-governamentais (ONGs) do País. O CVV atua, desde 1962, no apoio emocional e prevenção ao suicídio, por meio de atendimento voluntário e gratuito, 24 horas, todos os dias.

Transtornos mentais e comportamentais – que podem levar ao suicídio – e o aumento do número de casos durante a pandemia foram o foco da discussão. Dado preocupante, na avaliação dos especialistas. “Temos, hoje, um problema de saúde pública, que precisa ser encarado com uma política de Estado, e não por meio de propostas de partidos”, defendeu o médico Rui Gilberto. “Vivemos uma pandemia de saúde mental, e ela é avassaladora. Não temos profissionais suficientes para atender a demanda; é uma situação de calamidade”, completou a psicólogo Jorge Antônio Moreira de Lima, frisando que a soma de esforços por parte de profissionais que atuam na área, e por parte do poder público e da iniciativa privada é a única alternativa para resolver o problema. “Estamos naturalizando a violência na nossa sociedade; não sabemos mais dialogar; temos, todos que lidar com a agressividade do outro. Isso é sinal de grave adoecimento”, argumentou.

Segundo Manoel Messias de Jesus, do CVV, a ONG realizou 3,6 milhões de atendimentos em 2021, em todo o País, por meio do telefone 188, de chat e até mesmo por cartas. “Somos 4,2 mil voluntários no Brasil; precisaríamos do dobro, pelo menos, para atender a demanda. Diante disso, temos nos desdobrado, triplicando, até, as nossas horas de trabalho, porque entendemos o quão ele é importante, muitas vezes, mesmo para ficar em silêncio, só atendendo aquela pessoa do outro lado, em sua necessidade”, destacou.

Números em alta

O psicólogo Edilson Lucena atestou: 53% dos brasileiros tiveram agravamento da saúde mental em função da pandemia. De acordo com ele, na Clínica Social Jung Brasil – onde atuam cerca de 700 voluntários -, de 3 mil aconselhamentos realizados em 2019, o quantitativo saltou para 32 mil em 2021. Os atendimentos, por sua vez, saltaram de 29 mil para 101,2 mil, na modalidade online, no mesmo período. De acordo com o psicólogo, são das classes C (41%) e D (32%), a maioria dos pacientes que buscam algum tipo de apoio profissional. Ainda, conforme as estatísticas apresentadas, 52% dos pacientes são mulheres; 48% são homens; e, 32%, integrantes da comunidade LGBTQIA+.

“Dados dos últimos quatro anos da Clínica Social Jung Brasil, por faixa etária, são realmente alarmantes e merecem muita atenção”, ressaltou Edilson Lucena. Nesse período, afirma o especialista, entre crianças de 6 a 14 anos, foram registrados 53 casos de tentativa de autoextermínio, com aumento de 40%; 12.097 casos de automutilação, com aumento de 62%; 21.328 casos de depressão, com aumento de 53%; e 42.109 casos de ansiedade, com aumento de 63%. Entre adolescentes de 15 a 21 anos, a tentativa de autoextermínio responde por 8.294 casos (aumento de 53%); automutilação, 22.097 casos (aumento de 63%); depressão, 33.947 casos (aumento de 52%); e, ansiedade, 52.833 casos (aumento de 62%).

Na faixa etária de 21 a 28 anos, entre jovens adultos, a Clínica Social Jung Brasil contabilizou, nos últimos quatro anos, 92.107 casos de tentativa de autoextermínio, com aumento de 53%; 12.234 casos de automutilação, com aumento de 53%; 36.227 casos de depressão, com aumento de 51%; e 59.266 casos de ansiedade, com aumento de 58%. Já entre adultos de 29 a 60 anos, somam 29.166 os casos de tentativa de autoextermínio, com aumento de 42%; 209 casos de automutilação, com aumento de 42%; 42.177 casos de depressão, com aumento de 52%; e 64.273 casos de ansiedade, com aumento de 53%. Quanto aos adultos a partir dos 60 anos, foram 9.542 casos de tentativa de autoextermínio (aumento de 43%); 107 casos de automutilação (aumento de 43%); 82.381 casos de depressão (aumento de 55%); e 73.924 casos de ansiedade (aumento de 54%).

Marco Aurélio Mendonça, coordenador do Núcleo de Atenção Psicossocial da Gerência de Qualidade de Vida Ocupacional da Sead, levou, ao debate sobre o Setembro Amarelo, números relacionados à saúde mental do servidor público estadual. De acordo com ele, entre 2017 e 2022, 17.171 servidores foram afastados de suas funções por transtornos mentais e comportamentais em Goiás. Desse total, 50% atuam na Secretaria de Educação (Seduc); 21%, na Secretaria Estadual de Saúde (SES); 5%, na Polícia Civil do Estado; e, 4%, na Administração Penitenciária.

“Diante desse quadro, entendemos que ações de prevenção e promoção da saúde mental são de fundamental importância”, declarou Marco Aurélio. “Dentre elas, promover momentos como esse, de participação e discussão sobre a problemática; e propor ações ‘sob medida’, a partir de levantamento epidemiológico e diagnósticos organizacionais, além de iniciativas de saúde mental e gestão de pessoas”, acrescentou o psicólogo da Sead, apontando Programa de Acolhimento ao Servidor desenvolvido pelo órgão.

TV Câmara ao vivo: transmissão das sessões no YouTube

Mídias Sociais
Destaques

Banner do Edital do Concurso Público CMG 2026

 

Banner Canal Cidadania.JPG

  

Goiânia 91 anos

 

Carta de Serviços

  

banner escola do legislativo.jpg

 

banner ouvidoria.jpg

Acesso a Informação

Acesso a informação

Plano Diretor

planoDiretor.jpg

Concurso Público
Portaria de Regulamentação do Estágio

Regras do Estágio

TV Câmara

TVCâmara

Ouvidoria da Mulher

Ouvidoria da Mulher

TV Câmara

TVCâmara

Notícias da Presidência

NoticiasDaPresidencia