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Mais moradores relatam mau cheiro em reunião de comissão que investiga o problema

por Guilherme Machado publicado 13/12/2017 18h55, última modificação 13/12/2017 19h00
Mais moradores relatam mau cheiro em reunião de comissão que investiga o problema

Foto: Marcelo do Vale

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o mau cheiro causado por empresas na Região Norte ouviu mais três moradores, que fizeram relatos de como convivem com o problema. Todos afirmaram, assim como os outros cinco moradores ouvidos na reunião da semana passada, que sentem a cheiro ruim há mais de dez anos. 

Divino Alves de Oliveira mora no Goiânia 2 há dois anos e tem um açougue no Urias Magalhães há mais de 30. Disse que o cheiro é mais forte pela manhã e à noite, após as 19 horas, e que fica ainda pior entre os meses de julho e setembro. Ele contou que seus clientes costumam reclamar do mau cheiro. “Eu fico até envergonhado porque fica parecendo para o cliente que a gente não tem uma higiene boa”, disse acusando a Cargill e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Saneago como causadoras do problema. 

O vereador Lucas Kitão, relator da CEI, afirmou na semana passada que acredita que o odor seja causado pelas duas empresas. Sobre a ETE, ele disse hoje que conheceu outras estações de tratamento de esgoto de cidades do interior e de outros estados e que nenhuma delas causava cheiro ruim. “Não era para isso estar acontecendo na estação daqui de Goiânia.” 

Anselmo Pereira (PSDB), que é correlator na comissão, destacou o rigor na exigência de licenças, fiscalização e pagamento de taxas sob os pequenos empresários e que o mesmo não ocorre com as grandes empresas. “Se fosse assim também com as grandes empresas, não estaria tendo o mau cheiro.” 

O morador do Jardim Bom Jesus Josias Francisco de Souza está a apenas 500 metros da Cargill e um quilômetro e contou que nunca viu a presença de fiscais na região para coibirem o problema. Ele participa de todas manifestações contra o mau cheiro, mas que os protestos são sempre em vão. 

Já o professor aposentado da UFG Jeblin Antonio Abraão relatou que este ano houve uma diminuição significativa no mau cheiro na região em que mora, o setor Chácaras de Recreio Samambaia. Como o local fica mais distante das empresas do que os bairros dos outros convidados ouvidos, eventualmente o mau cheiro chega até lá. Ele faz parte da Associação Ecológica do Vale do Meia Ponte (VerdiVale) e disse que as reclamações dos associados, também moradores da região, caíram bastante, principalmente contra a Cargill. 

Jeblin lembrou que é importante prestar atenção à forte poluição sofrida pelo Rio Meia Ponte e que este também é um dos causadores de mau cheiro. “Preservar o Meia Ponte representa uma questão ambiental ainda maior: a manutenção do fornecimento de água para Goiânia, que nós vimos acontecer um sério problema de falta d’água este ano.” 

Ao final, o presidente da CEI, vereador Cabo Senna (PRP), anunciou que haverá uma pausa nas reuniões semanais da comissão devido às festas de fim de ano e ao recesso da Câmara Municipal em janeiro e que as oitivas retornarão em fevereiro, junto com as sessões ordinárias.