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CEI da Comurg ouve responsável por manutenção de caminhões coletores de lixo

por Guilherme Machado publicado 15/06/2023 10h05, última modificação 19/06/2023 15h57
Em depoimento, Valter Manoel dos Santos afirmou que somente 44 dos 109 caminhões compactadores da companhia estão disponível para execução de coleta de lixo
CEI da Comurg ouve responsável por manutenção de caminhões coletores de lixo

Foto: Antônio Silva

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga supostas irregularidades na gestão da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ouviu, nessa quarta-feira (14), o gerente de manutenção dos caminhões de coleta de lixo, Valter Manoel dos Santos.

À comissão, Valter afirmou que atualmente 44 veículos executam o trabalho, enquanto outros 65 estão parados, totalizando 109 caminhões compactadores. Segundo ele, 49 dos veículos parados – todos comprados em 2019 – têm condições de voltar a rodar; já os demais poderiam ser aproveitados para realizar outras atividades. “Ficaria muito mais caro mantê-los na coleta do que recuperá-los, não compensa”, disse.

Contratado, há seis meses, como comissionado na Comurg, Valter afirmou ter experiência profissional na área, com atividades em grandes empresas privadas no Brasil e no exterior. De acordo com ele, o convite para o cargo partiu diretamente do presidente da companhia, Alisson Borges, para ajudar na qualificação da mão de obra da oficina. Ainda conforme o gerente, um plano de manutenção preventiva e preditiva está em criação para ser colocado em prática após a qualificação.

“Em seis meses, já existe algum resultado prático?”, perguntou o vereador Welton Lemos (Podemos), que presidiu a reunião. “Ainda não. O plano não está completo, estamos tentando primeiro recuperar a mão de obra e depois traçar o plano”, respondeu o depoente.

Em média, de dez a 12 caminhões quebram por dia durante os três turnos da oficina, segundo Valter. Ele explicou que a maioria dos problemas é solucionada em poucas horas e que caminhões retornam imediatamente ao trabalho. A quebra de peças mais complexas, entretanto, tornam caminhões inoperantes por mais tempo.

“A maioria dos caminhões possui caixa de câmbio automática importada dos Estados Unidos. Além disso, a mão de obra especializada para consertá-las aqui em Goiânia, também em todo o país, é muito pequena. Então, é difícil achar alguém. As peças demoram demais para chegar porque é preciso importá-las”, afirmou. O gerente explicou que, atualmente, 19 caminhões estão parados por esse problema e que, em seis meses de sua atuação na Comurg, apenas seis veículos com problemas no câmbio automático foram consertados.

Segundo Valter, caminhões de coleta de lixo têm menor vida útil devido à natureza do serviço executado. “Para esse trabalho, o tempo de um caminhão é mínimo. A embreagem é uma das peças que mais quebra. Em um carro comum, a embreagem é prevista para durar até 70 mil quilômetros rodados. No nosso serviço, ela roda no máximo 12 mil quilômetros."

Já outros serviços – como retífica, recondicionamento de peças e recapagem de pneus – são realizados fora da oficina da Comurg. Os pneus, explica o gerente, passam até três vezes por recuperação, conforme praticado em empresas de transporte.

Valter também esclareceu que a compra de peças, sempre novas, fica sob responsabilidade do gestor do contrato. Quando são instaladas, o gerente e o engenheiro mecânico da oficina fiscalizam a efetiva realização dos serviços, atestando as notas fiscais. Contudo, ao ser perguntado pelo relator da CEI, vereador Thialu Guiotti (Avante), sobre existência de controle rigoroso de entrada e saída de peças, na Comurg, assim como o gerente relatou haver em empresas privadas nas quais trabalhou, Valter respondeu que a prática ainda não ocorre na companhia.

“Existe dinheiro público sendo desperdiçado nesse caso. O problema não é dos funcionários da Comurg, mas de falta de gestão do controle de gastos com peças e pneus”, concluiu o relator.