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Audiência pública discute tratamento de pacientes renais em Goiânia

por Guilherme Machado publicado 26/03/2024 20h15, última modificação 26/03/2024 20h51
O evento contou com a participação do Secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara e de representantes da Secretaria Estadual de Saúde
Audiência pública discute tratamento de pacientes renais em Goiânia

Foto: TV Câmara

Raphael da Saúde (DC) presidiu audiência pública, na tarde desta terça-feira (26), para debater sobre o tratamento dos doentes renais crônicos em Goiânia. O vereador discute o assunto anualmente na Câmara para acompanhar o atendimento destas pessoas na rede pública de saúde. “O índice de pessoas que têm desenvolvido problemas renais vem aumentando, por isso é preciso estarmos atentos a esse problema”, disse ele.

O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, esteve presente e defendeu o investimento em prevenção e tratamento precoce da insuficiência renal como formas de evitar que mais pessoas se tornem pacientes renais crônicos. “Em casos em que há influência genética, não há muito o que fazer, mas nos demais é possível prevenir, como conscientizar sobre o abuso de anti-inflamatórios, por exemplo. Já os casos autoimunes podem ser diagnosticados com antecedência e tratados com imunossupressores que bloqueiam a ação contra o rim. Portanto, existe uma série de doenças que afetam o rim e que podem ser identificadas precocemente por meio de exames de rotina”, explicou Pollara, que é médico especializado em cirurgia geral pela Universidade de São Paulo (USP).

Outro problema que precisa ser enfrentado, segundo ele, é a recusa dos familiares de pessoas mortas em doar órgãos, índice que já chegou a quase 70%, em 2022, no estado de Goiás. “Temos que montar um grupo de pesquisa de órgãos, responsável por verificar nos hospitais possíveis doadores e conversar com familiares sobre a importância da doação dos órgãos, incluindo os rins.”

O secretário destacou que, desde quando assumiu a secretaria, em setembro de 2023, resolveu o problema de atrasos no pagamento às clínicas de hemodiálise, fato que foi lembrado por Raphael da Saúde como uma das reclamações durante a última audiência pública, realizada em agosto do ano passado. Pollara disse que pretende aumentar de três para sete nefrologistas (médicos especialistas em rins) atendendo na rede pública, sendo um por região. Outra melhoria prometida é a troca das dez vans que fazem transporte de pacientes para hemodiálise por veículos com ar condicionado.

Quanto ao transplante de rins, o secretário afirmou que deixou de pagar clínicas e hospitais particulares para realizarem o procedimento e firmou convênio com hospitais filantrópicos, como a Santa Casa, onde equipes dedicadas a transplantes já estão sendo treinadas.

Apesar do alto número de recusas em doar órgãos no estado, houve recorde de doadores de órgãos em 2023, com 113 doadores. A quantidade máxima anterior foi alcançada em 2018, com 89 doadores, segundo a gerente da Central de Transplantes do Estado, Katiuscia Freitas. “Treinamos profissionais de saúde para abordar adequadamente as famílias enlutadas, fazemos campanhas e promovemos palestras durante todo o ano para sensibilizar a população. Temos três equipes de procura de órgãos, que acompanham todo o estado.”

Raphael da Saúde é pai de uma menina com rim transplantado, contudo o procedimento dela não pôde ser realizado em Goiás, pois a rede pública do estado não faz transplantes renais em crianças. O vereador questionou Katiuscia quando isso seria possível. A gerente respondeu que é preciso criar uma unidade de saúde de alta complexidade, o que ainda não há previsão de ocorrer. Contudo, a Central de Transplantes auxilia no agendamento da consulta em outro estado e no transporte.

A gerente da Atenção Especializada da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Camila Brum, falou sobre a adoção da diálise peritoneal no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse método, o paciente renal crônico faz a filtragem do sangue em casa, num procedimento menos invasivo do que a hemodiálise feita em clínicas. “É um tratamento que traz qualidade de vida para as pessoas, as tornam mais produtivas e diminui o impacto emocional nelas e nas famílias.” Camila relatou que o tratamento ainda não é ofertado pelo SUS, em Goiânia, mas que a SES tem discutido a implantação nas policlínicas do estado.