Você está aqui: Página Inicial / Sala de Imprensa / Notícias / Audiência pública discute mudanças no Código de Posturas que podem afetar trabalhadores ambulantes

Audiência pública discute mudanças no Código de Posturas que podem afetar trabalhadores ambulantes

por Guilherme Machado publicado 30/06/2023 17h35, última modificação 03/07/2023 13h02
Projeto de lei do novo Código de Posturas atualmente tramita na Comissão Mista da Câmara
Audiência pública discute mudanças no Código de Posturas que podem afetar trabalhadores ambulantes

Foto: Antônio Silva

O vereador Paulo Magalhães (União Brasil) comandou audiência pública, nesta quinta-feira (29), para discutir possíveis mudanças no exercício das atividades de trabalhadores ambulantes, conforme o novo Código de Posturas de Goiânia, que está em tramitação na Câmara.

Segundo o advogado Rogério Naves, que auxilia juridicamente o vereador, o Código de Posturas atual exige apresentação de Certidão de Antecedentes Criminais dos permissionários, o que dificulta emissão de licença para ambulantes. “No projeto de lei do novo código, essa exigência não existe mais. Contudo ele deixa aberta a possibilidade de certidões voltarem a ser exigidas pela Prefeitura por meio de regulamento, a ser editado após a lei ser sancionada. O vereador Paulo Magalhães apresentou emenda na Comissão Mista – onde o projeto atualmente se encontra – para evitar que isso ocorra”, explicou.

Outro problema no projeto, segundo Rogério, é que a Prefeitura passaria a restringir presença de ambulantes em determinados locais, como portas de unidades de saúde e escolas, além de ilhas de avenidas e rotatórias. “O ambulante precisa trabalhar onde há fluxo de pessoas e de veículos. Onde não existem os dois, não há razão para ter ambulantes. Da forma como está no projeto, haverá estimulo à informalidade.”

Atualmente, a fiscalização dos ambulantes é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). As demais questões ligadas à atividade, entretanto, ficam a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec). De acordo com o secretário da pasta, Diogo Franco, o processo de transferência da fiscalização para a Sedec está em andamento, com auxílio do vereador Paulo Magalhães. “É incongruente que nós, responsáveis por cuidar da atividade, não possamos fazer fiscalização dela”, reclamou.

O gerente de fiscalização de atividades econômicas da Seplanh, André Barros, afirmou que o número de fiscais na secretaria é pequeno. Por isso, segundo ele, fiscalizações são realizadas apenas mediante denúncias recebidas pelo site da pasta ou em resposta a pedidos do Ministério Público estadual. “Praticamente não existe fiscalização espontânea”, garantiu. O gerente disse ainda que levará as queixas apresentadas por ambulantes, durante a audiência, para o secretário Valfran de Sousa Ribeiro.