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Audiência pública discute esporte, arte e lazer como formas de inclusão de pessoas com deficiência

por Guilherme Machado publicado 06/12/2023 17h35, última modificação 07/12/2023 16h07
Promovido por Willian Veloso (PL), debate reuniu pessoas que se superaram por meio de atividades esportivas e artísticas
Audiência pública discute esporte, arte e lazer como formas de inclusão de pessoas com deficiência

Foto: Marcelo do Vale

Willian Veloso (PL) promoveu audiência pública, nessa terça-feira (5), para discutir esporte, lazer, cultura e arte como mecanismos de inclusão de pessoas com deficiência. O vereador explicou que o evento faz parte das comemorações ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro.

“O esporte é um poderoso mecanismo de inclusão social, que, junto com arte e lazer, é capaz de gerar visibilidade e protagonismo às pessoas com deficiência, bastando que seja dada a elas as devidas oportunidades. É por meio dessas modalidades que, muitas vezes, essas pessoas deixam de ser reclusas em casa e passam a ter um lugar ao sol, vivendo dignamente”, disse o parlamentar na abertura da audiência.

Segundo o diretor de Paradesporto da Superintendência de Desporto, ligada à Secretaria Municipal dos Esportes, João Batista Turibio, a pasta desenvolve projetos em parceria com instituições de ensino superior, com o Comitê Paralímpico Brasileiro e com instituições que trabalham com pessoas com deficiência. “Hoje, temos oito modalidades esportivas sendo desenvolvidas, mas ainda não conseguimos atender às mais de 1.200 crianças com deficiência matriculadas na rede de ensino municipal”, afirmou. Para ele, o maior desafio consiste na garantia da permanência dessas pessoas nos programas desenvolvidos a partir de políticas públicas. “Talvez esse seja o maior desafio para nós, gestores públicos. Há sempre iniciativas de dar oportunidade, mas nem sempre se pensa na permanência das pessoas com deficiência nas atividades”, completou.

Ana Geralda dos Santos, diretora da Escola Municipal Dona Angelina Pucci Limongi, relatou como o esporte representou um "divisor de águas" na vida da filha. Maria Clara, atleta com deficiência, conquistou três medalhas – duas de prata e uma ouro – nos Jogos Paralímpicos nacionais, neste ano. “A Maria Clara se apaixonou pelo atletismo. Ela encontrou no esporte um meio para ser feliz. Essa paixão foi a forma como ela conseguiu se incluir na vida escolar e no relacionamento com colegas. Isso foi muito importante para o desenvolvimento dela. Também foi uma forma de colegas e profissionais a verem sem capacitismo, mas apenas com limitações", explicou.

Ainda segundo a diretora, muitos pais têm medo de os filhos praticarem esportes, por acharem que não são capazes ou porque podem se machucar. “Nós, mães ou pais, precisamos acreditar na capacidade dos nossos filhos e dos profissionais que os acompanham”, argumentou. Ela também destacou a importância do amparo legal e da criação de projetos públicos para o rompimento de barreiras físicas por meio do esporte e para atrair mais pessoas com deficiência ao paradesporto.

Ana Carolina Reis, medalhista de ouro nos Jogos Parapan-Americanos 2023, comentou sobre sua vida como atleta paralímpica. “O esporte me deu a vida. Antes, eu não me aceitava como pessoa com deficiência. Hoje, cada dia sinto que estou evoluindo como ser humano.”

A coreografia “Cumplicidade” foi apresentada, durante a audiência, pela professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente da Associação Brasileira de Atividades Motoras, Vanessa Dalla Dea, junto com sua filha Ana Beatriz. A apresentação representa a história de vida de uma mulher com Síndrome de Down e de sua mãe. Em seguida, ao discursar, Vanessa disse que poucas pessoas com deficiência fazem parte da área de cultura. Ela também afirmou que, ainda hoje, muitos teatros não têm rampas de acesso aos palcos, apesar de haver espaços para cadeiras de rodas nas plateias. “Quando se vê o teatro todo adaptado para pessoa com deficiência, mas não há rampa de acesso para o palco, mostra-se que não se acredita que as pessoas com deficiência podem ser artistas”, desabafou.

Willian Veloso explicou que a Câmara derrubou veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ao projeto de lei, de autoria do vereador, para acessibilidade obrigatória nos eventos públicos.