Multidão ocupa ruas de Goiânia em ato histórico contra Anistia e PEC da Blindagem
A Praça Universitária foi palco de um ato massivo e vibrante na tarde desse domingo (21). Uma multidão, estimada pelos organizadores em 50 mil pessoas, tomou conta do local com bandeiras, cartazes e batuques para dizer um firme “não” à chamada PEC da Blindagem e a qualquer possibilidade de anistia para envolvidos em atos golpistas.
Organizado em apenas três dias, o evento demonstrou a força da mobilização popular e a sintonia de Goiânia com o calendário nacional de lutas. A cor vermelha entremeada a bandeiras do Brasil e camisetas transmitindo mensagens de “Brasil é dos brasileiros” e “Brasil Soberano” predominaram no mar de pessoas, que acompanhou uma programação com discursos de lideranças políticas e de representantes de movimentos sociais e com apresentações de artistas locais como Maíra Lemos, Beaju, Laércio Correntina, Gilberto Correia e Xexéu. Um número significativo de crianças, acompanhadas de suas famílias, marcou presença, reforçando o caráter popular e democrático do ato.
O vereador Fabrício Rosa (PT), um dos organizadores, destacou a importância histórica do evento: “Goiânia deu uma resposta clara hoje. Esta praça, tomada pela militância de esquerda não compactua com nenhum tipo de impunidade. O povo se manifestou e está dizendo não à anistia e não à PEC da Bandidagem. Esse ato foi crucial para frear os avanços da extrema-direita e para mostrar que Goiânia não é uma cidade conservadora como tentam pintar”.
A manifestação contou com a presença e com falas de diversas lideranças políticas e acadêmicas, incluindo a deputada federal Adriana Accorsi (PT); os vereadores Fabrício Rosa e Kátia Maria (ambos PT); e o vereador Tales de Castro (PSB), de Aparecida de Goiânia. Lideranças históricas da esquerda goianiense, como o ex-prefeito Pedro Wilson (PT) e o professor Pantaleão (UP), também somaram ao ato, dialogando com a militância. As reitoras das três maiores universidades da capital estiveram presentes: Angelita Pereira (UFG); Oneida Irigon (IFG); e Olga Izilda Ronchi (PUC-Goiás). Ao ser indagada sobre a importância de participar, Olga Ronchi respondeu: “Eu não poderia estar em outro lugar hoje”.
Por volta das 18 horas, manifestantes caminharam festivamente pela Avenida Universitária em direção à Praça Cívica. O ato foi encerrado com mais apresentações culturais e com execução do Hino Nacional, marcando um dia de resistência democrática e de defesa do Estado Democrático de Direito.
Incidente pós-manifestação registrado pelo mandato
O mandato do vereador Fabrício Rosa registra, com indignação, que, após o término pacífico do ato, um grupo de estudantes que retornava da manifestação foi vítima de agressão física e verbal por um casal, que proferiu ofensas homofóbicas antes de partir para a violência.
O mandato já está adotando providências para acompanhar o caso, para prestar o suporte necessário às vítimas e para acionar os órgãos competentes para investigar e para responsabilizar judicialmente os agressores, que podem responder por crime de injúria, de lesão corporal e de violência política.
- O ato reforçou, mais uma vez, o compromisso da sociedade goianiense com a democracia, com a justiça e com o repúdio a qualquer forma de violência ou de impunidade.












