Kátia propõe leis em solidariedade a famílias que enfrentam luto gestacional e neonatal
No Dia Internacional de Conscientização sobre o Luto Gestacional e Neonatal, 15 de outubro, a vereadora Kátia (PT) apresentou, na Câmara de Goiânia, projeto de lei voltado à memória e ao acolhimento de famílias que enfrentam a perda de bebê na gestação ou logo após o nascimento.
O texto propõe iluminação especial de prédios públicos nas cores rosa e azul, durante a semana de 15 de outubro, em alusão à campanha mundial que dá visibilidade ao luto gestacional, neonatal e infantil. A partir da sensibilização da população, a iniciativa pretende levar empatia a mães e a famílias enlutadas.
“Quero dizer, com isso, que estamos atentas a essa dor silenciosa. É um dia de memória, de reflexão, mas é também um momento de escuta para nos solidarizarmos com essas famílias”, afirmou a vereadora.
Segundo a proposta, a iluminação será instalada anualmente, com apoio do Poder Executivo e de entidades da sociedade civil ligadas à causa. O projeto também reconhece a importância da transformação do espaço urbano em símbolo de acolhimento e de memória.
“Protocolamos esse projeto para que a gente possa lembrar e se colocar ao lado dessas mães, dessas mulheres que estão passando ou que passaram por essa dor”, enfatizou Kátia. Ela agradeceu à Presidência da Câmara pela iluminação do prédio com as cores rosa e azul. “Mesmo sem aprovação da proposta, ontem a Câmara já foi iluminada de rosa e de azul, como gesto de incentivo a outros órgãos e como sinal de empatia, de memória e de respeito a essas famílias”, completou.
Bosque dos Anjos
O projeto apresentado se soma à outra proposta, de autoria da parlamentar, que reconhece simbolicamente a área do Parque Municipal Nova Esperança como Bosque dos Anjos – espaço destinado ao acolhimento, à memória e à reflexão de famílias que perderam bebês por causas gestacionais, neonatais ou infantis. O local já é conhecido por abrigar o plantio simbólico de árvores em homenagem às crianças de “breve passagem” – gesto que a lei pretende preservar e institucionalizar. A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), aguarda votação em Plenário. “Queremos reconhecer oficialmente esse espaço como local de memória àqueles que tiveram passagem muito curta por este plano terreno”, explicou Kátia.
Durante a apresentação dos projetos, a vereadora destacou a importância de o poder público se aproximar dessa realidade, muitas vezes invisível e silenciosa. “Eu, como mãe, tenho dificuldade em tentar entender a dor de uma mulher que perde um filho, porque eu sofro só de pensar”, afirmou. “Neste lugar, de vereadora, quero estar ao lado dessas mulheres e dessas famílias, para que a gente possa gerar empatia, memória e dignidade a todas as pessoas”, acrescentou.
Segundo dados divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o Brasil registrou, em 2024, 22.919 mortes fetais e quase 20 mil óbitos neonatais. Apesar da dimensão do problema, o luto gestacional e neonatal ainda é pouco visível socialmente e, muitas vezes, não reconhecido institucionalmente, o que agrava o sofrimento das famílias.
Kátia enfatizou que, por trás desses números, existem histórias interrompidas e famílias que precisam de acolhimento. “Por trás desses óbitos, há histórias de mães, de pais e de familiares que se prepararam para receber essas crianças. O poder público precisa estar mais atento à dor silenciosa que essas famílias atravessam”, concluiu.












