Em audiência pública, Professor Edward apresentará diagnóstico inédito sobre Rede Municipal de Educação de Goiânia

A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Câmara de Goiânia, presidida pelo vereador Professor Edward (PT), apresentará nesta quinta-feira (4), às 14 horas, no Plenário, o Diagnóstico da Rede Municipal de Educação - 2025. O levantamento inédito percorreu unidades escolares em todas as regiões da capital, com o objetivo de identificar demandas, fragilidades e caminhos para o fortalecimento das políticas públicas educacionais.

O estudo resulta de sete meses de trabalho e envolveu visitas técnicas a 61 instituições, incluindo Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), escolas municipais, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Centros Municipais de Apoio à Inclusão (Cmais) e unidades conveniadas. A metodologia combinou visitas técnicas, aplicação de formulários, escutas de profissionais da educação e análise de documentos oficiais.

Segundo o presidente da comissão e idealizador do levantamento, a iniciativa nasceu da necessidade de construir uma leitura real do sistema educacional. “Quando chegamos à comissão, recebemos relatos muito diferentes, da Secretaria, do sindicato, das escolas. Percebemos que precisávamos de um diagnóstico construído a partir da nossa experiência direta: indo às unidades, conversando com as pessoas e observando a realidade”, afirma Professor Edward.

Os resultados mostram desafios recorrentes: alta rotatividade de profissionais; grande número de profissionais em regime de contrato temporário; sobrecarga de turmas; fechamento repentino de instituições; e desigualdade de infraestrutura entre regiões.

Professora da rede municipal e integrante da comissão, Camila de Souza Gomes acompanhou o processo de escuta nas escolas. No que tange à alta rotatividade de profissionais, ela explica que a principal queixa é a falta de condições dignas de permanência. ”O plano de carreira defasado, os salários que não garantem a sobrevivência e a precarização do trabalho impactam não só o cotidiano, mas a identidade desses profissionais”, destaca.

Um dos pontos de maior atenção é a estrutura voltada à inclusão: 68% das unidades visitadas não possuem sala multifuncional para Atendimento Educacional Especializado (AEE). Além disso, chama a atenção a situação dos Centros Municipais de Apoio à Inclusão (Cmais), responsáveis pelo atendimento especializado de mais de 550 crianças, mas atualmente restritos a apenas duas unidades para toda a capital.

Para Camila, o cenário exige resposta urgente. “A legislação avançou com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) , mas sua aplicação ainda apresenta lacunas. Crianças atípicas, mesmo com laudo, podem esperar até oito meses por um cuidador. Enquanto isso, os profissionais ficam sobrecarregados, e os direitos das crianças são violados”, lembra a professora.

Apesar dos desafios, foram observadas boas práticas e iniciativas consolidadas em algumas unidades. Para o vereador, dar visibilidade aos avanços é parte do processo. “Vamos ressaltar aquilo que funciona também. Isso é essencial para construir referências e para fortalecer a rede”, destaca Professor Edward.

Audiência pública e próximos passos

A apresentação do diagnóstico será acompanhada de debate aberto à comunidade. Para o parlamentar, a participação social representa etapa indispensável no processo. “Não temos registro recente de relatório com essa abrangência. A audiência é uma oportunidade para validar dados, para ouvir percepções e para ajustar o olhar da comissão. Isso vai impactar diretamente nossa atuação e a formulação de políticas públicas”, explica.

Segundo o vereador, a comissão prevê a repetição da metodologia a cada semestre, permitindo comparações e monitoramento de indicadores ao longo do tempo. “O diagnóstico é o primeiro passo. Ele se torna ainda mais relevante quando conseguimos comparar cenários: identificar o que avançou, o que estagnou e onde houve retrocesso”, completa.

Para Professor Edward, o relatório marca uma nova etapa na atuação da Comissão de Educação. “Conseguimos construir um documento denso, com informações consistentes e que aponta caminhos. O objetivo é evitar a deterioração da educação municipal. Estou confiante de que esse diagnóstico irá contribuir para a reconstrução da rede com planejamento e com transparência.”

Para a audiência, foram convidados órgãos e instituições relacionados à garantia do direito à educação e ao monitoramento de políticas públicas. Entre eles, o Fórum Estadual da Educação; o Fórum Nacional de Educação; o Fórum Goiano de Educação Infantil; o Fórum Municipal de Educação; o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego); a Secretaria Municipal de Educação (SME); a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO); o Ministério Público de Goiás (MPGO); e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCMGO).

Serviço:

Audiência Pública - Apresentação do Diagnóstico da Rede Municipal de Educação

Data: 4 de dezembro de 2025 (quinta-feira)

Horário: 14 horas

Local: Plenário da Câmara de Goiânia - Avenida Goiás, nº 2.001, Setor Central