Aava Santiago notifica DenaSUS sobre suspensão de serviços em maternidades públicas de Goiânia
A vereadora Aava Santiago (PSDB) notificou, no último sábado (5), o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DenaSUS) sobre a suspensão parcial dos atendimentos nas três principais maternidades públicas de Goiânia: Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. A comunicação oficial foi encaminhada ao diretor do órgão, Rafael Bruxellas, e se dá diante do agravamento da crise nos serviços materno-infantis prestados na rede municipal.
O ofício relata que, segundo informações fornecidas pelas próprias unidades, a paralisação ocorre devido à interrupção no fornecimento de insumos e de serviços essenciais, resultado da inadimplência da gestão municipal no pagamento de contratos com fornecedores e com prestadores de serviço. Na Maternidade Célia Câmara, por exemplo, todos os partos – normais e cesáreos – estão suspensos desde quarta-feira, 2 de julho, após retirada dos anestesiologistas da unidade.
Além disso, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela administração das três unidades, anunciou que, a partir desta segunda-feira (7), também estará suspensa parte dos atendimentos nas maternidades Dona Íris e Nascer Cidadão. A decisão atinge diretamente a população que depende desses serviços e acende alerta para o risco de desassistência materno-neonatal em Goiânia.
De acordo com a vereadora Aava Santiago, a situação exige resposta urgente das autoridades nacionais de controle e de fiscalização da saúde pública.
“A população de Goiânia está sendo penalizada por uma gestão ineficiente e irresponsável. Mulheres grávidas e recém-nascidos não podem ficar sem atendimento por falta de anestesistas, de insumos ou de estrutura. Por isso, notifiquei o DenaSUS, que já esteve na cidade em maio, para que acompanhe de perto esse novo episódio de descaso e tome as providências cabíveis”, afirmou a parlamentar.
Auditores do DenaSUS estiveram em Goiânia, no dia 26 de maio, em visita técnica às mesmas unidades, após solicitação formal encaminhada por Aava Santiago ao Ministério da Saúde. Na ocasião, o diretor Rafael Bruxellas liderou a equipe que vistoriou as três maternidades e que ouviu gestores e profissionais de saúde. A auditoria foi instaurada com o objetivo de apurar denúncias de precarização, de superlotação, de fechamento de leitos e de possível desvio de recursos públicos.
No ofício enviado no último sábado, a vereadora detalha impactos da atual suspensão dos serviços:
- atendimento de porta nas três maternidades está restrito a casos de urgência e de emergência (fichas vermelha, laranja e amarela), e apenas para avaliações obstétricas;
- novos pacientes só serão admitidos mediante encaminhamento da Central de Regulação Municipal;
- estão suspensos os atendimentos ambulatoriais, incluindo consultas, exames e cirurgias eletivas;
- na Maternidade Célia Câmara, partos normais e cesáreas estão totalmente paralisados devido à ausência de anestesiologistas.
Segundo matéria publicada pelo Jornal O Popular, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) informou que a paralisação decorre da inexistência de contrato vigente com a Fundahc, além do acúmulo de dívidas relativas aos períodos de julho a outubro de 2024 e de fevereiro a abril de 2025. Mesmo com os atrasos, os profissionais mantiveram atendimentos até que a situação se tornasse, segundo a própria cooperativa, “insustentável”.
Ainda segundo Aava, a gravidade do cenário demonstra que a auditoria realizada em maio não foi suficiente para provocar mudanças estruturais na gestão das maternidades e que o retorno do DenaSUS é fundamental para garantir continuidade do atendimento à população.
“O que está em jogo é o direito básico à saúde e à vida. A rede materno-infantil não pode ser desmontada por negligência administrativa. Goiânia precisa de respostas e de responsabilização. Continuarei cobrando providências em todas as esferas possíveis”, declarou a vereadora.
A parlamentar também colocou seu gabinete à disposição do órgão federal para fornecer mais informações e para acompanhar os desdobramentos do caso.