Aava Santiago aponta inconsistências na gestão do aterro sanitário durante oitiva da CEI da Limpa Gyn
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga os contratos e a execução dos serviços da Limpa Gyn realizou, nesta terça-feira (25), a oitiva da Gerente Executiva de Operações do Aterro Sanitário de Goiânia, Gabriela Maria Pereira Barbosa. A etapa integra o aprofundamento técnico da investigação, que busca confrontar informações oficiais, rotinas operacionais e dados apresentados pela empresa.
Vice-presidente da CEI, a vereadora Aava Santiago (PSDB) apresentou questionamentos sobre a rotina do aterro; o monitoramento da entrada de resíduos; o controle de triagem; a capacidade operacional; os procedimentos internos; a gestão de equipes; e o cumprimento das cláusulas contratuais. As perguntas também abordaram fluxos de descarte; critérios de classificação de materiais; registro de volumes recebidos; e mecanismos de fiscalização.
Durante a oitiva, Aava afirmou que as respostas apresentadas não esclareceram adequadamente pontos essenciais da investigação. “As informações apresentadas hoje não responderam de forma satisfatória às questões levantadas pelos vereadores. Estamos diante de inconsistências e de fragilidades que já venho registrando em reuniões anteriores, especialmente no que diz respeito à fiscalização, que está aquém do que determina o contrato e que deixa o contribuinte vulnerável”, afirmou.
A parlamentar também citou divergências entre o relato dos depoentes e o que foi constatado nas visitas técnicas. “A testemunha afirmou categoricamente que os fiscais verificam o conteúdo dos caminhões. Mas na visita realizada pela Câmara, com a presença da imprensa, não havia fiscais na entrada nem na pesagem. Isso é gravíssimo, e não podemos aceitar que responsabilidades sejam transferidas para subordinados quando são claramente decisões da gestão”, destacou.
Aava reiterou que servidores qualificados não têm condições plenas de trabalho e, diante de lacunas operacionais, acabam oferecendo respostas evasivas. “Identificamos servidores com conhecimento e com segurança técnica, mas que, diante de evidências como a ausência de trabalhadores essenciais em datas específicas, não souberam responder de forma objetiva. Em um contrato de mais de meio bilhão de reais, precisamos saber se a contraprestação do contribuinte está realmente retornando em serviço”, explicou a parlamentar.
Ao detalhar os principais problemas estruturais, Aava listou fragilidades que deverão constar do relatório final. “As falhas no controle de volume são evidentes: não há balanças nem fiscais nas cooperativas; faltam fiscais na entrada e no pátio; e o balanceiro acaba exercendo função que deveria ser automatizada e supervisionada. Essa estrutura revela decisões políticas que afetam diretamente a eficiência do sistema”, ressaltou.
A vereadora também chamou atenção para a falta de equipe – problema originado na tomada de decisão administrativa. “A superintendente Flávia relatou que solicitou equipe ao secretário e que não foi atendida. Sem equipe mínima, ela não consegue identificar fragilidades das diretorias e das gerências. E quem decide sobre alocação de recursos é a gestão. É inadmissível que até agora não se tenha mensurado o prejuízo causado pela ausência de balanças nas cooperativas e pela falta de fiscais em tempo integral no aterro”, observou.
Por fim, Aava reforçou que a CEI não permitirá que trabalhadores sejam responsabilizados por decisões superiores. “Somos comprometidos com os servidores, especialmente com os trabalhadores. Não permitiremos que a CEI penalize quem executa o serviço, enquanto gestores que tomam decisões equivocadas passam ilesos. Vamos seguir até o fim, com rigor técnico, analisando cada documento e cada procedimento”, concluiu.
Com a oitiva de Gabriela Barbosa, a CEI inicia a fase de consolidação das informações para compor o relatório final e para preparar as próximas convocações que integram a etapa conclusiva da investigação.













