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Sessão solene comemora 15 anos da Lei Maria da Penha

por Da Redação publicado 25/08/2021 14h10, última modificação 26/08/2021 09h10

Nesta quarta-feira, 25, a vereadora Aava Santiago realizou a sessão solene em comemoração aos 15 anos da Lei Maria da Penha. Participaram da mesa a ativista, modelo e atriz Luiza Brunet, a secretária Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, dra Cristina Lopes, secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Tatiana Lemos, , coordenadora da Ouvidoria da Mulher, Maria Clara Dunk, defensora pública Gabriela Hamdan e a GCM Flávia Modesto.

A secretária Cristina Lopes ressaltou que a lei Maria da Penha é um marco importantíssimo na luta e sobrevivência das mulheres. "É a lei que tipifica o crime. Lei fundamental e temos a missão de cumprir a nossa parte. A verdade é que mais vale as mãos que fazem do que as que oram. Sigamos fazendo o bem e fazendo bem feito", acrescentou. A defensora Gabriela Hamdan, que há 3 anos coordena o Núcleo de Defensoria Pública do Estado de Goiás, garantiu que a violência doméstica tem crescido muito. "Goiás é o segundo estado do país que mata mais mulheres. Infelizmente a nossa legislação não trata o conceito da violência de gênero e, às vezes, ela tem o conceito distorcido e confundido, dizendo que haveria ideologia de gênero e que o seu objetivo é influenciar crianças e adolescentes a serem trans ou homossexuais. Contudo, a palavra gênero é uma construção do feminino e do masculino, segundo a psicologia", reforçou. Ela ainda parabenizou a Câmara Municipal de Goiânia pela instalação da Ouvidoria da Mulher, enquanto mecanismo de prevenção contra pontuais crimes dentro desta Casa. "Infelizmente, devido à desigualdade de gênero, as mulheres estão mais sujeitas a esses crime no ambiente de trabalho", concluiu.

A Guarda Civil Metropolitana Flávia Modesto, coordenadora do programa Mulher Mais Segura, esclareceu que faz parte da equipe que, de fato, vai até a realidade das mulheres. "Eu costumo dizer que nenhuma mulher está preparada para ser vítima de violência. Batemos na porta, oferecemos o acolhimento, em nome do poder público municipal. Após uma escuta ativa, fazemos um relatório ao Judiciário informando se as medidas deferidas pelo juiz são de fato as que a requerente precisa. Após isso, encaminhamos para que as mesmas possam ter suas necessidades mais urgentes resolvidas. Assim, contam com uma rede de enfrentamento que, mesmo durante as muitas dificuldades, tem se mantido de pé. Afinal, a luta contra a violência contra a mulher, é uma luta de todos", informou.

A modelo e ativista, Luiza Brunet, ressaltou que, infelizmente, a compreensão sobre a violência de gênero tem que ser difundida na sociedade. " Vivemos no quinto país em que mais se mata e fere mulheres. É uma grande responsabilidade que cabe a nós. Já tive que conviver, na minha infância, com a violência doméstica dentro da minha própria casa. Sofri um abuso sexual entre 12 e 13 anos. Fui emancipada para casar e me tornei modelo por acaso. Eu me casei a segunda vez com o pai dos meus filhos e fiquei 24 anos casada. No meu terceiro relacionamento sofri uma violência grave e foi necessário fazer uma denúncia", explicou. Para ela, é muito importante que a mulher tenha autonomia financeira e emocional para conseguir sair mais rápido de um relacionamento abusivo.

Durante a sessão, o presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo, assinou a lei que instala o voluntariado na Ouvidoria da Mulher. A vereadora Aava Santiago se emocionou com a mesa repleta de mulheres. (Texto de Michelle Lemes)