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Presidente da Enel Goiás é ouvido em Comissão Especial de Inquérito que investiga empresa

por Guilherme Machado publicado 08/06/2022 18h55, última modificação 10/06/2022 15h27
Relatório final da CEI será apresentado na próxima terça-feira (14)

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara que investiga irregularidades na prestação de serviços pela concessionária de energia Enel, em Goiânia, ouviu o diretor-presidente da Enel Goiás, José Nunes. A reunião foi realizada na tarde desta quarta-feira (8).

Inicialmente, houve uma breve apresentação com dados e números sobre a empresa. Segundo José Nunes, de 2017, quando a concessão foi assumida pela Enel, até março de 2022, foram investidos R$ 562 milhões somente em Goiânia, com instalação de equipamentos de automação responsáveis pelo restabelecimento da energia, tão logo ocorre detecção de queda. De acordo com o presidente, houve ampliação de dez subestações de energia, além da construção de uma nova. Ele afirmou ainda que, entre 2017 e 2021, houve redução de 50% no tempo médio, em horas, que consumidores permanecem sem energia; e redução de 46% na quantidade de cortes no serviço.

O vereador Leandro Sena (PRTB), membro da CEI, questionou o presidente a respeito da responsabilidade pela aferição de medidores de energia instalados em imóveis de consumidores. O parlamentar quis saber se os equipamentos são homologados por algum órgão oficial. José Nunes respondeu que o laboratório responsável pela aferição é certificado pelo Inmetro, mas que medidores não possuem certificação. “O equipamento tem índice de falha muito baixo e tem avançado no índice de qualidade ao longo do tempo”, disse o presidente. Ele explicou que, de acordo com a regulamentação, o cliente tem direito de pedir aferição do equipamento instalado no imóvel. Se algum problema é constatado, o equipamento é substituído; mas, não havendo problema, o consumidor paga pela visita do técnico.

Presidente da CEI, o vereador Mauro Rubem (PT) comentou a dificuldade da Enel em subir no ranking das melhores concessionárias de energia elétrica do país. Em 2022, está na 27ª posição entre 29 empresas de grande porte. José Nunes argumentou que nesse ranking há uma “relativização”, pois resultados são comparados com metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Tem cliente que fica 30 horas sem energia por ano e a empresa que o atende é classificada como terceira melhor do país. Em valores absolutos, nossa empresa fica melhor colocada em outras classificações”, declarou. Ele mencionou ainda que a Enel subiu dez posições no ranking das empresas com menos reclamações, desde que substituiu a Celg.

Mauro Rubem comentou que índices de satisfação dos clientes não melhoraram após a privatização e que, em alguns casos, estão até piores em relação aos da antiga concessionária. O presidente discordou, afirmando que "não existe indicador mensurável que aponte a Enel abaixo do padrão da antiga Celg, em que o sistema era realmente deteriorado”.

CEI da Enel

Criada em maio de 2021, a CEI da Enel realizou diversas reuniões em que foram ouvidos especialistas em energia e agentes públicos ligados à regulação do setor elétrico.

Além de Mauro Rubem e Leandro Sena, também compõem a comissão os vereadores Juarez Lopes (PDT), como vice-presidente; Bruno Diniz (PRTB); Leia Klébia (PSC); e Geverson Abel (Avante). Ronilson Reis (Brasil 35), licenciado desde o ano passado, foi substituído, na reunião desta quarta, pelo vereador Raphael da Saúde (DC), após anuência dos membros. Eles aprovaram também Bruno Diniz como novo relator no lugar de Ronilson.

Na próxima terça-feira (14), às 14 horas, o relatório final da CEI será apresentado, com abertura de prazo para sugestão de modificações pelos vereadores. Na semana seguinte, em data e horários a serem definidos, o relatório deverá ser votado – marcando o encerramento dos trabalhos da comissão.