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Audiência discute tombamento histórico e cultural de Pit-Dogs

por Michelle Lemes publicado 23/05/2018 17h15, última modificação 23/05/2018 17h15

Foi realizada na tarde desta quarta-feira, 23, no Auditório Carlos Eurico da Câmara Municipal, uma audiência pública para discutir o projeto de lei que torna os Pits Dogs em patrimônio histórico e cultural da cidade. A matéria é de autoria dos vereadores Alysson Lima (PRB) e Zander Fabio (Patriotas) e tem por objetivo a defesa das lanchonetes que fazem parte do imaginário e cultura do goianiense.

Estavam presentes à mesa de debate os propositores do evento e do projeto de lei, os vereadores Alysson Lima e Zander Fabio;  o presidente do Sindicato dos proprietários de Pit-Dogs (Sindpit-dog), Ademildo Godoy; representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea), o engenheiro Antônio de Padua Teixeira; e a representante da Secretaria Municipal de Cultura, a urbanista Leandra de Brito Rodrigues.

Retomando os fatos acontecidos em fevereiro de 2018, com a demolição de forma arbitrária de alguns Pit-Dogs por parte da Prefeitura, o vereador Alysson Lima demonstrou preocupação, se disse crítico em relação ao processo de destruição e ressaltou a importância econômica e cultural das lanchonetes para Goiânia.

“Goiânia conta com mais de 1500 Pit-Dogs. É muita gente trabalhando, é muita gente gerando emprego e ate mesmo sendo uma alternativa gastronômica. De acordo com a história, são mais de 50 anos do surgimento do primeiro Pit-Dog aqui na capital. É algo conectado com a nosssa realidade e a nossa sociedade” disse Alysson Lima, que ainda destacou a particularidade do termo em relação ao restante do País.

Ademildo Godoy, presidente do Sindpit-dog, aproveitou a sua fala para alegar a falta de respeito que a categoria (Donos de pit-dogs) sofre. Ele também ressaltou a grande quantidade de empregos e rendas geradas pelo comércio das lanchonetes e a necessidade de uma melhoria na qualidade. “Nós não podemos ter situações em que seja passível o questionamento do poder público. Não podemos afetar a acessibilidade, o trânsito da cidade e temos que ter um lanche de boa qualidade” expôs Ademildo Godoy.

Assim como apontado pelo presidente do Sindpit-dog, o vereador Zander Fábio relembrou uma situação similar com o tombamento do autódromo internacional de Goiânia, que na época era alvo de especulação para a construção de um shopping no mesmo local, e afirmou a intenção de priorizar as lanchonetes com qualidade. “ Vamos tombar os Pit-Dogs que tiverem as condições ideais” afirmou Zander.

Tanto o engenheiro Antônio de Padua Teixeira, representante do Crea-Go, bem como a urbanista Leandra de Brito Rodrigues, representante da Secretaria Municipal de Cultura, fizeram análises mais técnicas demonstrando preocupação com a definição de Pit-Dogs, o licenciamento e qual o tamanho de terreno que seria tombado.

A urbanista ainda aproveitou para apresentar a ideia de Registro de costume como alternativa ao tombamento, uma vez que este provoca restrição ao entorno além das lanchonetes. “É como um tombamento, mas para costumes e tradições . É feito o registro para a proteção dos bens imateriais e materiais” apontou Leandra de Brito Rodrigues. (Texto produzido pelo estagiário Gabriel Hamon vinculado à PUC-GO)